sobre o que eu quero ser quando eu crescer

Existem algumas coisas interessantes que eu mesmo me pergunto bastante. Digo isso, por que em fins de graduação, tenho me perguntado bastante que tipo de "Cientista Social" eu quero ser.


Essa história de ser sociólogo, ou pesquisador ou (a pior parte de tudo isso) ter um diploma que "prove" que você é intelectual é bem bizarra. Isso por que, ser intelectual no Brasil é fácil. Você estuda e lê um monte de coisa que ninguém sabe o que é ou que existe e por causa disso as pessoas te respeitam. Você tem a vantagem de falar sobre o que ninguém fala, e isso ninguém tira de você, mas isso adianta de alguma coisa? A ironia é exatamente essa. Em poucos casos, as pessoas tem alguma noção sobre o que você está falando, e exatamente por isso a opinião de um respeitável sociólogo/antropólogo/cientista político acaba virando na mesma hora curiosidade que sabe se lá por quantos segundos merece alguma reflexão. Se a idéia não vira discussão, se não existe alguma reflexão no que é estudado, o cientista social não está servindo pra absolutamente nada.


O cara pode ter um currículo lattes do tamanho do Volume I do Capital do velho e barbudo Marx, mas se o que ele tentar discutir ou explicar não reverberar, não adianta. Não há conhecimento nenhum que se sustente sem discussão e reflexão. Conhecimento de Ciência Social que só repercute dentro dos seus então é piada. 


Mas aí dialogar com quem? Estima-se que três em cada quatro brasileiros sejam analfabetos funcionais. Como você vai explicar pra uma pessoa que não sabe interpretar um texto o que é Cibercultura e Ética Hacker?


Ainda bem que eu tenho bastante perguntas. Isso evita que eu fique sem ter com o que estar preocupado.

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